sábado, 28 de fevereiro de 2009

Devaneios Noturnos


" Wait’ till the lunacy shakes the hand of reality, time will fly and straight our lives

As we all live to die. We love to kill the nights, pay tools with blood and time.

Our body, our souls and minds, rectify tonight.

(Hot Water Music).


Eu já sabia o que iria enfrentar antes mesmo de entrar no campo de batalha. Eu sabia que aquelas noites calmas onde a luz do luar e as estrelas eram predominantes não seriam o bastante pra me acalmar e me fazer esquecer das noites em que tempestades me atacavam. Eu não conseguia entender o porque das estrelas brilharem tanto à noite e logo de manhã aparecer algo tão mais reluzente a ponto de ofuscá-las, mas entendia perfeitamente que apesar desse brilho ofuscar um outro que já estava ali, ele trazia uma nova chance, uma nova oportunidade de correr atrás e agarrar o que eu pudesse e o que eu achasse necessário para me manter forte o suficiente para que na próxima tempestade eu não tenha tanto medo.


Foi então que os relâmpagos e os trovões anunciaram uma nova tormenta, quisera eu ter algo que me fizesse acordar só no dia seguinte, longe dessa tormenta, longe dessa constante batalha entre algo que quer me manter preso e minha vontade de seguir em frente.Quisera eu poder matar essa noite, quisera eu que fosse fácil assim, encontrar algo que conseguisse me fazer ignorar toda essa provação pela qual passamos. Nós temos tendência pra ignorar essas coisas, nós adoramos matar as noites, matar dias. O único problema é que não inventaram ainda uma pílula que amenize ou faça sumir as cicatrizes que ficam no corpo.


Passaram-se as nuvens cinzas, os relâmpagos cessaram e as gotas que ainda restaram se foram quando viraram vapores. Impressionante como as coisas somem com a mesma velocidade e intensidade com a qual apareceram na sua vida. Impressionante como os problemas que nós temos às vezes podem se materializar em tempestades e consumir tudo que está a nossa volta. Não é fácil entender, assim como tudo na vida.


Em dado momento, eu passei a entender o que eu deveria fazer quando voltasse a enfrentar tais noites de tempestade. Passei a compreender o porque de tantas batalhas no íntimo de meu ser enquanto a lua me iluminava e compreendi finalmente que apenas o tempo e nada mais além do tempo é que tem poder para curar e cicatrizar feridas antes deixadas por qualquer coisa. Somente o tempo é o detentor de algumas respostas e também de algumas outras perguntas.


Que morram mais noites! Não importa quanto tempo dure e quantos dias eu precise até domar a batalha que é travada no íntimo do meu ser. Não importa o que venha pela frente, não importa quantos dogmas e verdades eu preciso quebrar eu vou vencer. Matar essas noites, esperar o tempo voar e me mostrar o que estava emparreirando nossas vidas. Não importa o que venha pela frente, eu não vou mais perder. Pois eu entrei nessa batalha já sabendo o que eu ia enfrentar... E acredito isso é uma benção, mas também é uma maldição.




"


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