sábado, 28 de fevereiro de 2009

Sobre Amizade.

“Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!“.
(Vinicius de Morais)


Com os olhos abertos e com um olhar de quem procura no horizonte azul algumas respostas para duvidas que guardo no íntimo de meu ser, eu pedalava acompanhado de meus amigos pelas ruas sujas da cidade onde moro. O sol nunca esteve tão forte como esteve hoje, o céu nunca esteve tão limpo como esteve hoje e as pessoas nunca passaram tão rápidas por mim como passaram hoje. Eu podia sentir o vento batendo em meu rosto me avisando que eu ainda estava vivo e que não era hora de parar de pedalar. Meus pensamentos corriam com a mesma velocidade que os pássaros voavam pelo céu, a velocidade era tanta que me deixava confuso, tão confuso a ponto de me perder em meus próprios pensamentos e em meus próprios questionamentos.

Às vezes eu olhava pra trás e via meus dois amigos pedalando atrás de mim, às vezes eles passavam de mim e eu ficava atrás, pedalando mais devagar por conta do cansaço. Enquanto ficava atrás deles, eu pensava que se eles não estivessem ali, talvez a pedalada não teria a menor graça. Pensava também até quando eu teria a companhia deles e que parecia ontem mesmo que eu os conheci. Mas não era. Eu já os conheço faz 8 anos se não me engano, eles mudaram em pouca coisa e parecem continuar os mesmos depois desses anos todos. Na noite anterior da pedalada nós sentamos em um banco qualquer da praça daqui do bairro e ficamos lembrando das coisas que aconteceram quando éramos “menores”. Foi um momento de total nostalgia, mas foi realmente muito confortante lembrar que juntos conseguimos criar histórias realmente boas para contar para as nossas próximas gerações.

Muitas das coisas da vida são muito inconstantes, elas vêm e passam tão rápidas que mal dá pra agarrá-las com a força suficiente para que elas se tornem memórias que valham a pena lembrar com amigos ou com qualquer coisa parecida. Amizades também são coisas bem inconstantes, nem todas duram, muitas das que eu tive foram só de momento, de colégio, de local, pessoas que não correspondiam o meu sentimento de amizade que eu tinha por elas. Constante incerteza que nós vivemos, constante incerteza do que nós temos e não temos, constante medo de se aventurar e por todo o pouco que nós ganhamos a perder. Constante incerteza que nos fazem parecer mortos-vivos. Esses pensamentos me corroeram durante toda a pedalada, quase estragando aquele momento tão bom. Tão sublime.

Aquilo foi mais que uma pedalada foi um momento de botar a mesa todo os meus conceitos sobre amizade, momento de pensar sobre isso, sobre as pessoas que passaram na minha vida, as que estão no momento e até mesmo sobre os que estão por vir. Mais do que um passeio, mais do que uma simples caminhada de amigos, mais do que olhares vagos que procuram no horizonte algo válido. Foi tão rápido e tão intenso que sempre que o vento bater no meu rosto, eu lembrarei daquele momento com uns dos poucos que ainda me representam algo.

Um comentário:

  1. gosteii do seu texto, mto bom viiu.
    passa lá no meu blog , http://chris.grazielle.zip.net/ beijo, parabens

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